A HISTÓRIA DEVE SERVIR COMO O LUGAR DE REFLEXÃO E NÃO DE ACOMODAÇÃO


Este texto foi elaborado em função de uma conversa entre o Rodolfo Vandunem e Zongo Armando no Chat, através do aplicativo Messenger.


Rodolfo Vandunem: A história de angola começa onde começa porque quem as escreve só as conhece dalí. Os portugueses, todos manuais de ensino angolano é feito em Portugal sob jugo dos portugueses. Nossos antepassados não deixaram registos escritos, foram conhecimentos verbalizados transmitido de uns para outros. Isso perde a originalidade no contexto temporal, altera-se totalmente. Veja a história de jacaré bagão, aquele que foi pagar imposto, esta teve substância portuguesa e por isso ainda revive e tem marco histórico. Você não pode esperar meu amigo que sua história completa seja contada por aquele que a acompanhou em parte apenas, por aquele que teve uma grande parte da influência negativa dela.

Sobre escravatura eu penso que África não foi a única a ser vítima disso. Islândia foi escravizada, América também e olha para eles? Os destratos eram os mesmos, sempre houve. A escravatura em África existiu antes da chegada dos portugueses, sabia que o reino do Congo por ser tão poderoso e extenso cobrava impostos dos outros reinos? Sabia que como resultados das guerras tribais as tribos que perdiam, perdiam os homens( guerreiro) para trabalho igualmente forçado e que as mulheres eram usadas e abusadas? Antes dos portugueses chegarem o mal em África-angola já existiu e mesmo na europa também. O que os ingleses faziam aos índios? Ou povos da índia esqueço o termo. Então Zoarx sofremos 500 anos de colonização, o colono não é vítima, foi parte do sistema económico, mas do outro lado estavam nossos ancestrais. As ocupações de terras em África eram feitas de modo negociado, a tribo que ia em busca de ajuda aos estrangeiro oferecia como parte do acordo o domínio das terras para o cultivo e oa homens presos na guerra e a toma das mulheres como escravas de cama. Foi assim que muitas terras em África chegaram as mãos dos estrangeiros. Veja Cabinda, nunca foi colonia de Portugal, eles temeram perder a guerra contra um dos congos que oa quis em seu domínio assim como Espanha quis Portugal, mas os filhos de cabinda correu em busca do exército português e assinaram o tratado de simulambuco, que visava a estadia dos portugueses por lá para os proteger contra os dois congo e em troca, explorassem a madeira e o resto. Os reis do togo, Nigéria e outros já mandavam os filhos estudarem fora na época.

Zongo Armando: Me lembro que já falamos sobre isso e eu me lembro ter escrito que o empreendedorismo que se quer para a população em geral deve ser implementada para os países e governos.

Se a gente reconhece o tráfico de escravo como um mal antes dos portugueses. A vinda deles em África não torna isso boa coisa. E mesmo não tendo vídeos mas não acredito que o tratamento dado a escravos escravizados pelos africanos era o mesmo tratamento que eles recebiam de brancos
A gente acompanha nos vídeos que o tratamento era o mesmo que aconteceu em Auschwitz
Com diferencial a questão da morte. Apesar das justificativas da época os russos com todas as falhas que tiverem nas guerras de mundiais, os erros e traições de Stalin que condenaram o país e Eles usam o dia 9 de maio como momento de reflexão daquilo que eles viveram com Hitler. Eles até podem admitir os erros que eles cometeram mas isso não ofusca a maldade dos outros

Rodolfo Vandunem: Mas antes da vinda dos portugueses já existia a escravatura entre os próprio gigantes e anões de África com o tribalismo. Os portugueses não objectavam angola, isso era verdade. A india era muito cobiçada pelos europeus.

Zongo Armando: Os brancos foram maus, foram oportunistas, eles abusaram do conhecimento que tinham e usarem de má fé. Tiveram a coragem de usar um espelho para tirar vários seres humanos em troca
Mesmo eles sabendo que um espelho ou vidro não valia aquilo

Rodolfo Vandunem: Os brancos queriam dinamizar suas economia e expandir seus territórios Zoar. É negócio, quem aceita a proposta é o burro. Note uma coisa seus bisnetos vão um dia falar do mesmo jeito sobre o contrato de 100 que nosso presidente fez com a China e a Rússia por eternidade em troca de ajudas mesquinhas. Quem na europa já fez um trato assim? Burros são os que aceitam

Zongo Armando: É tipo ser dono de uma loja e nessa fase de desespero dos angolanos vender produtos expirados por falta de alternativas. Isso não é inteligência, é má fé mesmo. E mundo está assim, o importante é o benefício que isso trás para mim. Eles não queriam, eles continuam querendo

Rodolfo Vandunem: Note, os africanos são instáveis. Não têm noção do que fazem e sempre foi assim
Zoar em economia maximizar lucros é um factor crucial, não se brinca com isso

Zongo Aramando: Maximizar o lucro não pode atropelar a ética.

Rodolfo Vandunem: Agora, o sistema comercial ou mercado deve ser regulado entre as partes envolvidas, mas o africano não sabe contrapropor.

Zongo Armando: Por isso se promove tanto o Stive Job que assume que começou às suas criações roubando a Internet do vizinho e dão palestras se orgulhando dessas sujeiras.

Rodolfo Vandunem: Vou te dar um exemplo. Quando a China decidiu usar suas moedas nas transacções comerciais que faz pelo mundo, algo que o tornaria potência e colocaria os USA para trás, o estados unidos contrapôs dizendo. Insistimos que continue com dólar caso não, seus produtos para África e europa não podem passar pela área de jurisdição dos USA. Isso era fechar a exportações deles, não há como seus produtos virem até a África sem passar pela América. Viu? Mas você vê o que a China fez com angola. Vou te emprestar dinheiro, mas esse dinheiro deve ser gasto nas empresas chinesas, quer dizer eu vou fazer o que queres no teu país no valor deste dinheiro, em contrapartida tu me dás terras para cultivo e habitação de parte do meu povo angola aceitou. Jovem não há aqui qualquer infortúnio nisso.

Zongo Armando: A questão do dólar e Euro mesmo aqui nos russos continua sendo uma questão. Há assim, porque eles podem ser razoáveis nas propostas. Mas de qualquer forma, angola aceita as vezes não por ser burro mas é bem provável que não tenha muitas opções. Por outra, os nossos líderes são corruptos e nisso a gente aqui não tem dúvida.

Rodolfo Vandunem: Não, o exemplo é só para veres a retórica das propostas em função de interesses maior. Mas os africanos só aceitam e era assim também no tempo comercial. Você conhece a cultura do tio e sobrinho, sabes bem que os tios tinham o poder de vender os sobrinhos

Zongo Armando: Eu sempre defendi a visão que o ocidente não tem culpadas nas desgraças africanas pelo menos nesses novos tempo e vc sempre defendeu o inverso. Parece que hoje estamos trocando as personagens rsrsrs...

Rodolfo Vandunem: Um negócio sem restrições no uso da pessoa e por isso o holocausto que a África viveu, a culpa é quem? Do português? Se este não comprasse provavelmente o holandês compraria e o reis ficariam ricos sempre.

Zongo Armando: O contexto da escravatura é extremamente diferente mano, chegou um ponto que esses reis que colocas em causa perderam o controle e a autoridade, e eles continuam usando a força para atingir com os seus objectivos. Quando o mundo inteiro clamava pelo fim da escravidão eles continuaram torturando as pessoas para satisfazerem as suas necessidades.

Essa ideia que o Bolsonaro está trazendo de que os próprios africanos é que entregavam os escravos não é razoável. Alguns países mais atentos não condenam apenas o corrompido mas sim o corruptor também. Quando o tráfico de escravo foi proibido muitos deles de forma teimosa continuaram a praticar o acto. A gente vai perder o foco na construção da sociedade se começar achar que eles são vítimas. Se fossem vítimas deveriam continuar com o tráfico de brancos mas eles rapidamente perceberam que brancos eles humanos e abandonaram e preferiram continuar com negros que eram animais.

Rodolfo Vandunem: Eles não são vítimas. OSão parte da maldade assim como nossos ancestrais foram. Eu conheço dois velhos cujo os avós participaram a venda de escravos.
E assumem isso. Eu não gosto da ideia de nos ofendermos muito com certos falatórios. Para mim se a África se organizar se os líderes se comprometerem com os seus países, não haverá mais insultos. Veja a Ruanda, Paul kangame proibiu entrada de muita coisa por lá e ninguém sofre por isso
Existem várias evidências de que nós participando da máfia, até os nossos livros não escondem isso.

Zongo Armando: Eu sempre achei isso, a vitimização vai nos levar a lugar nenhum.

Rodolfo Vandunem: A África precisa entender uma coisa : Ela não é inferior a nenhum outro continente.
Zongo Armando: Mas o problema não está ali e ela pode sim e fazer diferente e melhor porque já conhece a realidade dos modelos convencionais basta aprimorar. O problema é que esses caras são corruptos e o povo obediente demais Primamos pela bajulação. O importante é a satisfação do estômago.

Rodolfo Vandunem: Está a ver, é essa vergonha que tenho. E as desculpa são sempre a escravatura as guerras e tanto. O Israel nunca teve paz tem 600 anos de experiência de guerra, não tem solos férteis mas têm a melhor e mais eficiente agricultura praticada. É aprender a ludibriar as dificuldades, tornar as fraquezas em forças. Nossos líderes sentem-se vaidosos ao ir para europa se curar nos hospitais de lá, enchem as bocas para dizer com orgulho, os meus filhos têm formação do exterior. A ideia da escravatura disposta pelos nossos ancestrais em angola se mantém. Você por exemplo estuda na Rússia quando vieres e procurares um emprego numa empresa de um angolano onde um russo que estudou na mesma escola que tu e faz a mesma coisa tu na empresa vais ver que o angolano vai pagar a ele milhões e a ti centena. De quem é a culpa? O africano se rebaixa muito diante da cor, feio isso! Muito feio e desprezível! As pessoas devem se curvar diante do conhecimento demonstrado no exercício de uma função, curvar-se para aprender e não pensar que noutra coisa.

Zongo Armando: Hoje vivemos esse neocolonialismo fomentado pelo próprio preto, mas é a hora da juventude criar alternativas. Precisamos começar a caminhar, se não estamos sendo iguais a esses líderes. Quanto a questão de refletir a áfrica a questão deve ser dita com detalhes e fontes boas para não menosprezar a raça que já vive no preconceito

O Kwame Khruma escreveu nas suas obras muitas coisas que fortemente contribuíram no não progresso da África. A ideia que ele relata de líderes da Amostra é uma realidade. Os países que citas se calhar foram de concreto libertados, diferente de África que deixaram as sombras enganar o povo mas eles continuaram no comando. O Kwame Khruma sofreu perseguição, ao ponto de fugir do seu próprio país e acabou morrendo fora dele.

A ideia de vitimização deve sim acabar mas essa gente tem mesmo prejudicado muito a áfrica. Há um olhar desprezível do homem branco a África, eles acham que as riquezas que têm nos países deles pertence a eles mas e as riquezas que tem em África também são deles e por solidariedade nos dão lá um pouco.

Rodolfo Vandunem: A culpa é nossa, eles fizeram com china, com Ásia toda mas vê se fazem mais.

Zongo Armando: A ideia de chamar toda responsabilidade para nós é boa mas deste jeito vamos chegar a conclusão que o estados unidos nunca fez mal nenhum ao mundo

Rodolfo Vandunem: Faz, mas se o bem permite o mal, eu não posso culpar o mal
Se organizar não custa nada que a África não tem nem pode
Custa apenas o comprometimento
Zongo Armando: Recentemente estavamos a debater sobre a febre dos Coach’s que muitos deles não têm nem se quer uma roullote mas empregam a mensagem de prosperidade, você e eu não caímos nessa porque temos noção das coisas, temos instrução para distinguir as coisas mas precisamos compreender que nem todos atingiram essa mentalidade, então, vamos culpar eles por crescerem numa sociedade deturpada?

Rodolfo Vandunem: É aí que eu digo, nós temos que arranjar um mecanismo de transmissão. Os decisores não mudam porque não querem, outros sistemas não costumam estar fechado a eles quando vão para fora mas vêm para cá com esperança de voltar lá e não de melhorar cá, mas os bolsos sempre a encher o africano tem a mania de acumular riquezas sem levar em conta o seu tempo de vida e por isso não assume uma grandiosidade com os seus países. Nos meus discursos que muitas vezes parecem utópico, eu chamo a razão aos decisores. Os cargos do governo são de serventia e não de burguesia como se vê.

Um ministro, um presidente, um governador não pode aprovar e activar o dinheiro para uma infraestruturas sem ele próprio fiscalizar. A Noruega faz isso, porquê outros não fazem?

Zongo Armando: Mas a ideia de tentar passar uma borracha as atrocidades do ocidente não é o caminho. Nós podemos nos afirmar sem medo sem preconceitos sem pavor. Não precisamos nos drogar para nos sentirmos mais potentes.

Rodolfo Vandunem: Em África nada vai mudar se os da gestão do topo não assumirem o compromisso seremos obrigados a lutar contra eles frustrados. O que o ocidente fez, deve ficar marcado na história e a história será mais bela se contarmos ela concluíndo com visível superação. Mas não, a gente prefere contar a história.

Zongo Armando: A ideia de achar que o ocidente apenas faz o seu trabalho, nunca falhou nos processos é perigosa, estamos a usar uma balança desequilibrada.

Rodolfo Vandunem: se os nossos líderes não se formarem, se organizarem e continuarem corruptos nada vai mudar em África, o ocidente sabe deste hábito dos africanos dos 10 % de comissão em tudo que faz
Concordo

Zongo Armando: Eu sou defensor da ideia de que as lideranças têm grande influência. São corruptos sim. São desonestos sim, nisso a gente não tem como refutar. A impunidade é outro calcanhar de Aquiles.

Rodolfo Vandunem: A agenda de um político nos países em desenvolvimento deve ser 90% em campo de obras, 5% na apresentação dos relatórios aos superiores e ao público e outros 5% nas relações externas. Aqui o que se vê é o contrário. Todo aquele que não acompanha uma obra, faz a vida da construtora.

Estou farto de mencionar assumir cargos políticos e no governo em Angola tem de começar a dar certo temor

Eu sinceramente ando frustrado, não por falta de uma boa casa ou dinheiro, mas porque vejo que meu sonho de influenciar, descobrir ou tentar, não tem estrutura definida, estou sempre a ser convidado pelo governo da província para fazer estudos mas não há cabimentação e sustentabilidade às actividades. Laboratórios limitados e enfim.

Somos intimados a viver crendo na futilidade padronal.

Zongo Armando: Mas se baseando na sua conclusão vamos perceber que nós o povo é que somos idiotas. Porque eles são ricos, têm boa vida, viagem para onde querem. Desfrutam do melhor do mundo. Têm relações sexuais com que bem entendem e para manter essa vida o modelo de política adotada é o melhor para eles.

Rodolfo Vandunem: A solução contra os que nos importunam é possivelmente agressiva, não aconselho. Em suma, eles são inocentes e nós que somos culpados de tudo

Mas isso é ser como moscas que limpam as mãos por cima de fezes.
Eles não são, nunca foram, nós somos em parte. Somos vadias mulheres que acreditam em falácia de um mero conquistador em tempos de eleições

Zongo Armando: É nesse ponto que as coisas não batem para mim, essa gente é maldosa, nós não podemos construir um mundo em que para o meu bem vale tudo, a maldade existe e ela deve ter o seu espaço como maldade . Justificar todos os males vamos tirando as vantagens de fazer o bem, ou seja, não há vantagem nenhuma em praticar o bem, não há necessidade de ser honestos, não há necessidade de tratar os outros com dignidade já que o que está em jogo é apenas o meu bem. Dizer que eles não têm tanta culpa porque apenas conservam o seu pão estamos assumindo que no lugar deles faríamos o mesmo ou até pior.

Para ilustrar, eles monta uma educação que começa já a assassinar o pensamento crítico e criativo, como podemos culpar alguém que foi alterado geneticamente desde a infância? A maior parte dos estudantes para desenvolver pensamento crítico têm que ganhar uma bolsa para viverem outra realidade e despertar o cérebro, com poucas exceções.


Eu já tentei convencer muitos sobre a necessidade e a importância de desenvolver o pensamento crítico mas eles eram contra mim, agora  publicam comentários a partir dos Estados Unidos acusando o povo de ser cúmplice das mazelas sociais.

Rodolfo Vandunem: Eu sei que não sou perfeito, se tivesse a responsabilidade deles teria de qualquer jeito alguém resmungando num dos cantos do primas por insatisfação de alguma coisa, mas educação e saúde não. Cuba conseguiu e nós também podemos.

Zongo Armando: Temos que compreender a nossa realidade e apropriar um processo revolucionário que resulte. Vê alguns países que conduziram revoluções a base das primaveras árabes, estão falindo, porque eles achavam que bastava matar o líder tudo se resolve mas infelizmente não. O próximo não foi treinado para viver numa democracia por isso mesmo aplicando golpes de estados eles repetem os mesmos erros

Rodolfo Vandunem: Primavera árabe, lixo de revolução o início foi louvável.Não, temos de treinar as pessoas a passar para além do consumo. A geração angolana acha que o mais importante é ter os prazeres da vida como riquezas e luxúria

Zongo Armando: Penso ser necessário tomar a consciência da necessidade de contribuição. Penso que é importante abandonar a vitimização mas isso não pode significar necessariamente inocentar o outro lado. Porque compreendo que a reclamação descabida, o conformismo é o ganho deles. E a gente não pode continuar a dar esse gosto para eles apesar dos apesares.

Rodolfo Vandunem: Não fazem memória a estes factos o importante é deixar para trás, construir o presente e perspectivar o futuro. Destes discursos históricos só brotam ódio.

Analisar e fazer leitura de uma realidade significa ódio? O branco levantou a sua produção oferecendo orgulho aos seus cidadãos, porque quando se fala de orgulho para os africanos a coisa torna-se uma questão racial?
Tens que visitar a Rússia, essa gente têm a Rússia em primeiro, segundo, terceiro e com certeza em quarto lugar. Eles sabem que a guerra fria lhes persegue mas não desistem por nada e nem querem se render mesmo o dólar oscilando todos os dias.
Esse orgulho deve ser transportado para África, nos livros deles os cientistas deles estão em maior destaque. Todos os livros de gramática vc encontra os textos de Lomosov, Gargarin, Mendeleev, Dostoiévski, Tarstoi, Puskin, .... Com algumas exceções encontras textos sobre Einstein, o fraco do Newton kkkkk... Lavoisier, ...
Os russos já não têm inimizade com os alemãs, aliás, é um dos países que os russos mais vão para turismo e estudos, trocas de experiências, é fácil encontrar russos que falam alemão. Mas isso não os impede de refletir com frequência sobre os massacres do nazismo, isso não é incentivar o ódio mas o passado é a chave do futuro.

Rodolfo Vandunem: Eu disse fazer discursos que se prendem ao passado incita ódio sim. Temos de fazer discurso que elevem o africano desta nova base.

Zongo Armando: África para se compreender precisa saber fazer a leitura do passado e mais construir museus ricos com matéria de escravatura, com pessoas bem treinadas pode ajudar no turismo e levantar a economia. Na Polônia está assim, apesar dos massacres de auschwitz, construíram nesse lugar espaço de reflexão para que todos saibam dos horrores do holocaustos.

Rodolfo Vandunem: A história de África não começa com a escravatura. Se queremos isso devemos entender a escravatura é só uma faceta dela.

Zongo Armando: Uma grande faceta como as duas guerras mundiais que mudaram o rumo do mundo e da ciência.

Rodolfo Vandunem: Mas ninguém pode se atrever a contar a história do mundo inteiro começando pelas duas guerras, antes delas existiu a queda dos impérios, existiu as cruzadas e outras tantas coisas que levaram o mundo até a um ponto encontrado pelas duas guerras.

Zongo Armando: O branco veio para o continente e encontrou um estilo de vida mas eles de forma abusada usaram o conhecimento tecnológico que tinham para fazer uma negociação de má fé que você defende ser normal. Mas perceba que o homem só sente falta daquilo que existe. Com a influência forte do estilo ocidental no continente as nossa forma de se relacionar foi desfeita. E passamos a sentir sede daquilo que antes não sentíamos que era ocupar o lugar do opressor. Eles são culpados por isso? A culpa é deles por encontrarem povo que se deixou seduzir pelos espelhos? Segundo você não. Mas se tentarmos observar a revolução africana, vamos perceber que em grande medida os indivíduos que conduziram a revolução em África tiveram que abandonar a sua forma de se relacionar para entrarem na escola do colónio para aprenderem a ler e analisar as coisas segundo a visão deles para que a revolução fosse uma realidade. Isso aconteceu com Agostinho Neto, Savimbi, Samora Machel, Amílcar Cabral, Kwame Kruma, Tomás Sankara, Nelson Mandela, ... Isso é tipo criar uma espécie de inteligência para invadir os povos índios que ainda vivem nas florestas ou Khoisans. Eles podem resistir no início mas podes crer que eles não têm inteligência nem tecnologia para vencer a civilização moderna por mais que eles queiram manter a sua cultura. Esses povos sobrevivem por se reconhecer o espaço deles e pela importância histórica deles. O povo africano não tinha sede do estilo europeu, eles não pediram, eles foram invadidos e estando o europeu mais avançado na tecnologia e na inteligência artificial usou para desfazer tudo começando inicialmente a fazer lavagem cerebral por intermédio da igreja ocidental.

Rodolfo Vandunem: Abordagem fora do contexto real.

Zongo Armando: Eu reitoro a necessidade de compreender que isso não é justificar os erros mas sim é preciso não dar lugar de santo ao diabo. E fazer uma leitura do processo colonial e as formas como as revoluções começaram a ser activadas vamos perceber que na época os nossos ancestrais não tinham orgulho suficiente, inteligência suficiente, ciência ou tecnologia para desafiar o ocidente naqueles vestes. Se os nossos antepassados não tinham ciência e tecnologia isso não é uma questão de culpa simplesmente a realidade deles não exigia tais condições.

Rodolfo Vandunem: pare meu amigo, pare. Me diga, vamos assumir que OK, o brancos nos fizeram muito mal, foram eles que nos invadiram com tudo! Agora estamos aqui, buscar construir esse pensamento ajuda-nos em que? É essa a questão. Precisamos construir a historia e contar ela com realidades triufantes, será um exemplo superação, agora construir só história? Para que?

Zongo Armando: A gente pode estabelecer um novo referencial mas se queremos motivação para isso podemos buscar todas as necessárias menos essa de que os brancos são inocentes. Já não vamos a tempo de recuperar a cultura pré colonialista, até porque acusaria incompatibilidade, a sociedade actual já não vai se rever numa cultura fora da realidade construída. A história deve ser construída como aconteceu, fora disso pode servir de ponto de rotura para as futuras gerações, cada um deve levar o pacote da sua responsabilidade no cenário.
Se contarmos a parte bonita hoje amanhã vira alguém que contará a parte feia, desaba tudo. Isso está acontecendo com Agostinho Neto, Mandela, Luter King, ... é preciso que a história tenha coerência para ser usada de base.

Rodolfo Vandunem: Eu nunca disse que eram, eles faziam parte do negócio mas não eram os donos. Se eles não comprassem outro por exemplo em Angola comprariam o holandesea. Escreva a tua história sim, mas não te prenda a isso, pois não te soma em nada. Acha que a india está preocupada com o tempo que a Inglaterra os colonizou? São a maior indústria de tecnologia de informação dos USA. Estão aí preocupados em crescer.

Zongo Armando: Eu reconheço esse discurso mas a gente não pode tapar o sol com a peneira, os problemas existem e devem ser encarados. A perspectivas de que poderíamos ter feito mais isso também é verdade. Mas os países que citas como exemplo não esqueceram a sua história para construir o que construíram. Eu estou na Rússia, reconheço o potencial do país, a Criatividade, aposta na ciência, a inovação, mas atenção que o nome ESTADOS UNIDOS não sai dos livros deles nem da boca deles.

A escravatura já não representa um problema para África. Ela só deixou traumas bem longe do tempo actual, hoje os danos mais trágicos para angola por exemplo são representados pela guerra dos 30 anos MPLA e Unita. A Rússia está em guerra fria contra o USA até hoje, é normal. Mas nós não temos guerra contra o ocidente, temos guerras contra a falta de compromisso dos nossos próprios dirigentes

Zongo Armando: O neocolonialismo é uma realidade, a gente pode contornar isso sim mas existe. Muitos países africanos que ainda recebem ordens externas para executar muitas actividades. A libertação dos 15+2 é um dos exemplos claros
Mas eu não quero me prender nisso, a gente hoje tem mais oportunidades, isso é claro também e devemos incentivar autocrítica e censura como forma de se reinventar

Ronaldo Vandunem: Neocolonialismo é a globalização. Por isso digo, disto só a parte boa devíamos pegar.

Resumo de Rodolfo Vandunem: Todos envolvidos devem ser relatados na construção histórica da faceta que representa o colonialismo na história da África. A África precisa redefinir-se e colocar-se no centro dos seus actos. A África precisa começar a firmar os conhecimentos, aplicar e criar seus próprios meios de tecnologias ainda que pareçam rudimentares. A África precisa perceber que não é inferior a nenhuma outra raça, a auto valorização constitui um potencial a preço na valorização externa. 

A justificação não pode ser vista como meio de subversão a nossa realidade
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Zongo Armando & Rodolfo Vandunem em, A HISTÓRIA DEVE SERVIR COMO O LUGAR DE REFLEXÃO E NÃO DE ACOMODAÇÃO

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