Ali
naquela pequena aldeia no meio das montanhas todos conheciam Argemiro , o
alegre sacristão que auxiliava o padre em todos os afazeres da Igreja , o que o
fazia sabedor de todos os pecados locais .
Com o passar dos anos o vigário adoeceu , deixando Argemiro preocupado pois eram muito amigos . E devido à idade avançada , a doença agravou-se , vindo o padre a falecer.
Com o passar dos anos o vigário adoeceu , deixando Argemiro preocupado pois eram muito amigos . E devido à idade avançada , a doença agravou-se , vindo o padre a falecer.
Foi mandado para a Igreja um substituto que , logo ao chegar , chamou o sacristão para obter informações sobre o local . Diante de tantos afazeres , quis dividir com o Argemiro uma boa parte da missa , e pediu a ele que a partir de então ficasse com a tarefa de ler vários capítulos da Bíblia.
O sacristão muito sem graça explicou ao novo padre que era analfabeto , o que o deixou espantado : Como ele poderia ao longo de tantos anos ter auxiliado a igreja e nunca ter aprendido a ler e a escrever ? Sem muita demora o dispensou dos serviços , dizendo que não poderia continuar com ele e que pediria ao Clero outro ajudante “letrado”.
Argemiro partiu chateado por deixar para trás tantas recordações , mas no coração levava a esperança de novos dias . Por ser muito simpático e conhecido por todos , obteve sucesso já no início do seu novo empreendimento: com uma modesta barraca , vendia artigos diversos a preços populares.
Em
pouco tempo a barraca transformou-se em uma pequena loja , e dali para frente
ele foi progredindo cada vez mais . Naquela pequena aldeia Argemiro já era dono
de quase todo comercio local . Não muito longe em uma cidade vizinha , os donos de uma cadeia de lojas
interessaram-se por Argemiro e sua grande capacidade em conduzir as vendas ;
chamaram-no para uma sociedade e marcaram com a imprensa local a cobertura de
tal festividade . Ele , como sempre muito alegre , compareceu acompanhado de
seu advogado , e assim chegando recebeu o contrato para que pudesse lê-lo e
assiná-lo . Mas , para a surpresa de todos sem nem sequer examiná-lo, o passou
para as mãos do advogado. Não concordando com o fato , os empresários quiseram uma explicação para aquela
atitude:
- Argemiro , você não vai ler ? Confia tanto nele assim ? – exclamou um deles!
- O ex-sacristão respondeu que não podia assinar o contrato porque era um analfabeto.
- Mas como! Não sabe ler nem escrever ? Perguntou um dos diretores.
- Não sei não senhor – respondeu Argemiro.
- E como um analfabeto se tornou tão rico assim:
- Pro senhor vê ! – concordou Argemiro . Imagina então se eu soubesse!
- Argemiro com seu jeito simpático respondeu:
- Se soubesse , eu seria apenas um sacristão!
Para refletirmos ... Algumas vezes vivemos situações que não nos agradam naquele momento , porém percebemos mais tarde que aquela situação nos "empurrou" para frente , para o sucesso , para uma vida melhor !
Fonte: http://vivianebertoli.blogspot.com/2010/07/historia-do-sacristao.html
A HISTÓRIA DE SACRISTÃO II
No dia seguinte divulgou junto à comunidade a existência da criança procurando alguém que interessasse em adotá-la. Passaram-se os dias, os meses e ninguém interessava em fazer a adoção.
Os anos passaram. A criança tornou-se um adolescente. Naturalmente o padre deu-lhe a função de coroinha. Com o tempo o padre ficou velho e o adolescente tornou-se um homem. Esse homem não frequentou a escola. Não aprendeu a ler e nem a escrever. Tudo que sabia fazer estava limitado às atividades de um coroinha. De tempo em tempo o padre oferecia algumas moedas para o rapaz comprar alguma coisa de seu interesse.
Então ele teve uma ideia e colocou-a em prática. Comprou todos os charutos que seu dinheiro podia pagar. Voltou pelo caminho por onde viera. Quando estava na metade do trajeto parou, procurou e encontrou uma caixa de madeira vazia, forrou com um papel, colocou todos os charutos sobre ela e começou a gritar. – Olha o charuto. Charutos da melhor qualidade. – Não demorou muito tempo para que toda mercadoria fosse vendida. Voltou até a loja e comprou mais charutos com a metade do dinheiro que tinha arrecadado e guardou o a outra metade para gastar com suas despesas. Voltou ao mesmo local e deu continuidade ao negócio. Alguns dias depois, conseguiu alugar um pequeno espaço e abrir sua primeira charutaria. Com um capital já formado passou a comprar sua mercadoria direto da fábrica.
Os anos se passaram e esse coroinha tornou-se um empresário famoso no ramo de charutos. Procurado por um jornalista para relatar o segredo do seu sucesso, sua reposta foi objetiva e segura – A minha formação e experiência foram determinantes. Curioso com a resposta o jornalista perguntou? – Você pode falar da sua formação e da sua experiência? Ele respondeu: – Posso sim. – Quanto à minha formação foi fundamental eu não ter frequentado a escola e não saber ler e nem escrever. Quanto à experiência, a dificuldade e a crise que vivi ao ser despejado da igreja onde fui criado e morei até ficar adulto. Se naquela época eu tivesse estudado e soubesse ler e escrever talvez eu hoje fosse um coroinha e não o empresário que sou.
Chegou o dia em que o padre, já velho, foi
aposentado e substituído por outro mais jovem. Já no primeiro dia, o coroinha
foi despedido e mandado procurar algo para fazer na vida. Sem alternativa ele
pegou sua pequena trouxa de roupas e as poucas moedas que ainda possuía e saiu
caminhando pelas ruas. Depois de andar algum tempo ele parou para descansar.
Nesse momento ficou pensando sobre seu destino sem encontrar uma saída.
Sentindo-se perdido e sem saber o que fazer foi tomado pela vontade de fumar um
charuto. Uma das poucas coisas que gostava e podia fazer de vez em quando. Seu
dinheiro era pouco, mas a vontade foi aumentando a cada instante até o momento
em que ele tomou uma decisão. – Já que estou perdido vou fumar um charuto para
ajudar a pensar na vida. Olhou para um lado e outro procurando encontrar uma
charutaria. Não encontrou nada ao alcance dos seus olhos. Então ele continuou
caminhando. Já cansado, pensou em desistir, mas a vontade era maior. Andou mais
um pouco e finalmente avistou a desejada loja. Contou o pouco de dinheiro que
tinha, escolheu o charuto de sua preferência, pagou, sentou-se na calçada,
acendeu-o e começou a pensar na vida novamente.
Relatado por Jessé R. Diniz
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