A CRÍTICA COMO PRINCÍPIO DO SABER CONSISTENTE

Image result for A CRÍTICA COMO PRINCÍPIO DO SABER CONSISTENTEO termo "crítica" deriva do termo grego kritike, significando "a arte de discernir", ou seja, o fato de discernir o valor das pessoas ou das coisas. Análise sistemática das condições e consequências de um conceito; significa a teoria, a disciplina ou uma aproximação e uma tentativa de compreender os limites e a validade de um conceito (www.dicionarioinformal.com.br/critica). 

O cérebro é uma área crítica do ser humano. Mas, suas crenças, valores e estado físico ou psíquico não deixam de fazer parte do próprio ser humano.

A dúvida é o princípio da sabedoria na filosofia (Aristóteles).

A crítica é o princípio da sabedoria na psicologia. Diariamente precisamos do choque psicológico no silêncio de nossa mente, criticando, analisando, ponderando, aferindo, impugnando, todos os estímulos sociais e psíquicos que nos controlam. É quase impossível sobreviver saudavelmente nessa sociedade agitada e consumista sem desenvolver o estômago psíquico saturado de enzimas da arte da dúvida e da crítica. Duvidar e criticar são ferramentas fundamentais para sermos actores ou actrizes principais do teatro psíquico. Sem arte da dúvida, como questionaremos nosso roteiro, nosso estilo de vida, nossas ideias tolas? Sem a arte da crítica, como confrontaremos a ditadura do pensamento acelerado? Como gerenciaremos nossa agressividade e necessidade neurótica de poder? (A. Cury).

A crítica não deve ser vista como princípio deturpador das normas, achar que tudo deve ser criticado de forma descabida por mera necessidade de usufruir desse direito encontrado até nas escrituras bíblicas a partir do livre arbítrio, onde em algumas passagens faz referência de que o alimento sólido é para os adultos, os quais têm, pela prática, as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal (Hebreus 5:14). O incentivo à crítica corresponde a hermenêutica da dignificação e valoração da psique e as suas componentes, tornar cada vez mais potente o córtex cerebral para atingir a sua máxima ou pleno funcionamento excitando as janelas mais complexas para que no final tenhamos na janela de saída uma informação deconvoluida com poucas múltiplas e sem interferências, que culminará com um juízo de valor sem remorsos e culpabilidade. 

A tendência de robotizar as pessoas, padronizar os pensamentos, lavar o cérebro para tornar ela inválida dentro dos ilimites de integração que é uma tendência que mostra o equívoco e esvaziamento dos componentes mais sólidos do cérebro humano. Não existe movimento ou repouso absoluto, os corpos são submetidos a diversidades das instabilidades das placas e o movimento não uniforme do universo. 

A consciência deve ser ilibada de qualquer marionetisse. Eu sempre assumi que na verdade o mundo que existe hoje é fruto de vários experimentos que o homem foi aplicando ao longo dos anos ou séculos, entretanto, nenhuma consciência hoje em dia teria a ousadia de dizer que não foi vítima de ideias adotadas mesmo não tendo noção consciente dos vários porquês por detrás disso. Mas isso não nos dá o direito de impor as nossas ideias. É preciso incentivar o pensamento de Étienne de La Boétie ao dizer sejam resolutos em não servir, ou seja, não deve haver a servidão voluntária, tudo deve ser analisado nos solos mais complexos da nossa consciência e aceitação deste facto deve ser vontade dessa análise profunda que a sua consciência faz. 

Aquele que não aprendeu a desenvolver uma crítica não consegue inovar, transformar, ser altruísta, revolucionista, reinventar-se, pelo contrário, aprende a se acomodar, a se conformar e vive psicoadaptado. Existe na sociedade uma tendência de contra ataques, a crítica é respondida com crítica, zombaria é respondida com zombaria, não há espaço de reflexão, diálogo, porque foi montado no nosso inconsciente dados errados de que quem nos critica é nosso inimigo. É uma forte divulgação da ideia de presença do esvaziamento da reflexão do problema e render-se na busca de solução está cada vez mais evidente. 

As coisas andam atabalhoadas e não existem inocentes nem culpados, mas é preciso avançar e passar esse discurso, o que se pretende é a contribuição individual ou institucional em função das responsabilidades de cada um. A falha de um não deve ser razão ou justificativa sine qua non de condicionalismo do outro. Para todos os problemas que afectam a sociedade tem na sua origem o desfazer de alguns sectores ou indivíduos e é preciso a honestidade e humanidade suficiente para encarar esses problemas com uma certa franqueza.



Zongo Armando em, A CRÍTICA COMO PRINCÍPIO DO SABER CONSISTENTE.

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