INVEJA DO LATIM, INVIDIA QUE
SIGNIFICA, NÃO VÊ, OU SEJA, TEM DIFICULDADE DE ESTABELECER O SEU EU COMO PONTO
MATERIAL.
“A maioria de nós prefere olhar para fora e não para dentro de si mesmo.” (Albert Einstein)
A inveja é um sentimento intrínseco ao córtex cerebral de todo ser pensante,
existe no centro da psique humana uma necessidade de invejar o próximo mesmo de
forma involuntária, e isto é visível no desconforto que sentimos quando a nossa
vizinhança demonstra uma certa satisfação em termos de conquistas, as vezes ao invés de felicitar com sinceridade preferimos questionar e
subjugar. São indícios fortes e frequentes da inveja que todos nós comungamos.
Sempre desafio as pessoas a fazerem o seguinte exame de
consciência para medir o seu nível de inveja:
1- A felicidade dos outros as vezes me incomoda?
2- Sempre me alegro com sinceridade com as conquistas dos
outros?
3- Sempre fico feliz com o bem estar dos outros?
4- Uso os outros como referências para definir o meu bem
estar?
5- Tenho mania de ser sempre melhor do que os outros?
6- Pessoas com baixa condição social em relação a mim me
passam um certo alívio ou conforto?
O modelo de sociedade que se adotou nos levou a este
resultado, a educação mundial colocou a ideia de que a felicidade do homem está
na hierarquia social, quanto mais se soube melhor, então, o homem memorizou a
ideia de que a felicidade está no topo da pirâmide e quanto mais longe se
sentir dos outros melhor, afinal de conta o outro deve se comportar como
referencial inercial para dar significado a nossa glória e satisfação.
Por isso a bela frase nunca perdeu a validade, ÉRAMOS
FELIZES E NÃO SABÍAMOS, porque o homem vai dando conta com o passar do tempo
que o suposto sonho conquistado não muda as janelas mais importantes do cérebro
humano e vai reflectindo os vários momentos desperdiçados com a fantasia de que
a felicidade está no futuro, esquecem que o futuro nunca chega. Os inocentes são mais felizes.
ONDE RESIDE A MAIOR PREOCUPAÇÃO DA INVEJA APESAR DE SER UM
SENTIMENTO COMUNGADO?
Se baseando mais uma vez na etimologia da palavra, inveja
do latim, não vê, começa a ganhar os contornos mais críticos a medida que
começa a invalidar a parte crítica do seu cérebro e tornando esse sentimento numa mania doentia, onde a sua própria vida
começa a perder essência em detrimento da vida dos outros. Todos nós temos
mazelas, fracassos, coisas a superar, até objectivos mesmo não claro em algumas
circunstâncias, então, é deprimente conceber a ideia de que alguém olha para a
vida do outro como experimento e achar que existe sinceridade na sua abordagem.
A nossa condição social não permite o isolamento, entretanto, o outro sempre
será o nosso foco de atenção mas é inadmissível que esse outro substitua a
nossa essência.
Ao invés que gastar muito tempo em tentar corrigir,
criticar excessivamente, desvalorizar, baixar, menosprezar o outro seria mais
inteligente gastar esse tempo acrescentando valor e empreender no crescimento
pessoal e da sua equipa se tiver uma. Nós temos coisas a superar.
APRENDA A OLHAR INICIALMENTE PARA VOCÊ. PARA AMAR O PRÓXIMO
PRIMEIRO DEVE TER UM CASO DE AMOR CONSIGO MESMO.
A PARTE MAIS OBSCURA DA INVEJA QUE QUASE NINGUÉM
RETRATA.
Apesar de tudo que já foi escrito sobre a inveja, existe
uma componente deste sentimento que ninguém retrata. A inveja na sua essência
mais popular de crítica destrutiva não é um sentimento isolado, na sua maioria
tem bases e origens bem cristalinas de indivíduos que se observam diante deste
sentimento como vítimas. Mas na verdade quando o tema é inveja não existem
vítimas absolutas.
Baseando-se na pirâmide de Maslow que define o modelo de
sociedade relativamente as necessidades fisiológicas e materiais, percebemos que
no topo ele colou a auto-suficiência como alcance da felicidade plena, ou seja,
É PRECISO ESTAR MELHOR DO QUE OUTRO PARA O EU CONCLUIR QUE SOU FELIZ. Este forma
de olhar para vida tornou o mundo num palco de disputa, não importa se eu
estou bem, o importante é que eu seja melhor do que você, e isso se tornou na
base de chacota. As conquistas não servem apenas para alegrar a nós e a nossa
família mas na verdade é costumeiro ver pessoas usando os seus bens para
humilhar, pisotear, provocar, zombar, abusar. Vamos dar exemplos:
1- O funcionário promovido na empresa as vezes não fica
satisfeito apenas pela conquista mas fica mais feliz por ganhar mais do que os
outros.
2- O aluno que tira a maior nota no grupo (exemplo 12)
deveria ficar triste por não ter alcançado o 20 que é a nota máxima ou apenas se alegrar com a positiva suada mas
emociona-se de alegria por ter uma nota acima de todos da turma.
3- O boss do bairro se calhar deveria se focar na sua vida,
usufruir a riqueza com a família e continuar a se superar mas prefere ficar na
arrogância de se achar melhor do que os outros.
4- O aluno que mais acerta nas participações nas aulas tem
ciúmes das participações dos outros porque gosta de ter o protagonismo, por isso tenta menosprezar a participação dos outros.
5- É evidente os ataques do Maradona contra Messi, não
bastou a história insubstituível que ele tem no futebol mundial mas prefere ver
o seu conterrâneo falido para manter o seu privilégio esquizofrénico.
6- O fracasso dos outros nos consola em determinadas situações.
6- O fracasso dos outros nos consola em determinadas situações.
6- Em suma, podes fazer mas não faça melhor do que
eu.
A felicidade inocente
construída na desgraça do outro é o que nós comungamos como seres humano dessa
geração doente e medíocre. Esquecemos de festejar as nossas conquistas e
alegrias, preferimos rir do outro como referencial quantificador da nossa
satisfação. Alguém que chega até este ponto só revela como se sente na situação
inversa, revela uma composição de sentimentos ruins relativamente à satisfação
dos outros. Infelizmente todos nós demonstrámos isso nos momentos de grandes
emoções, o que torna isso algo penoso é o facto de ser uma prática padronizada
e inocentemente achamos isso belo, mas é o corpo material das desgraças do
mundo, olhando o universo numa casca de nós e não noz.
Jamais se esqueça de olhar para trás, não com o intuito de contemplar de forma melancólica o passado (diz um provérbio russo que “ter saudades do que já passou é correr atrás do vento”) mas sim de observar o quanto do caminho já percorreu, enaltecendo suas vitórias, saboreando os frutos de sua evolução, aprendendo a deixar para trás tudo o que não precisa carregar consigo, como mágoas, ressentimentos e frustrações. Aprenda a olhar para frente, vislumbrando seu futuro, pois é lá que você passará o resto de sua vida. Imagine-se um, cinco, dez, vinte e cinco anos adiante e responda a si mesmo o que estará fazendo, quem estará ao seu lado, quais serão suas conquistas e, fundamentalmente, qual o legado que estará construindo. (T. Coelho-2016).
É importante perceber que a inveja é transversal,
é preciso esforço na mudança de atitude e de mentalidade das componentes que
constituem as assimptotas.
Contudo, a inveja prejudica mais a fonte. Então aqui vai um discurso meio romântico: inveja é considerada um dos sete
pecados capitais e, normalmente, caminha lado a lado com a crítica destrutiva
do invejoso. Ela é muito destrutiva para quem sente e para quem é
invejado. A inveja nos leva a desejar algo que não é nosso e sentir
tristeza pelo bem dos outros. O julgamento maldoso que decorre da inveja
é o resultado da apatia e infelicidade com a própria vida: a inveja reflete o que nos falta, o inconformismo e a
autorrejeição. É um sentimento que fala da insatisfação que não
conseguimos reconhecer.
“A inveja é mil
vezes mais terrível do que a fome, porque é fome espiritual”.
-Miguel De Unamuno-
-Miguel De Unamuno-
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