Magnífico vice-reitor da Universidade Agostinho Neto
Excelentíssimas Sras Decanas da
Faculdade de Ciências
Queridos colegas
Estimados familiares
Ilustres convidados
Sras e Srs
Antes de mais, quero
agradecer a vossa presença nesta cerimónia.Cerimónia esta que retrata
a solene ocasião, de encerramento de uma importante etapa da nossa formação
académica, de júbilo e de sensação do dever cumprido. De forma unânime faço da minha voz, a voz de cada um dos meus colegas.
Ora, há
muito que se diz que as palavras são aradas pelo tempo e simplesmente são esquecidas,
mas o escrito permanece. Então, hoje, é o dia em que Angola terá o registo real
de que nós somos mais um resultado da grande habilidade que está faculdade tem
de formar quadros.
A partir dos recursos académicos absorvidos durante os cinco anos nesta
universidade, nós materializamos as palavras de Lavoisier, quando diz que em
qualquer sistema, nunca se cria nem se elimina matéria, apenas transforma-se de
uma forma a outra. Ao entrarmos na tão sonhada Faculdade de Ciências da
universidade Agostinho Neto, nós não passávamos de simples estudantes com
grandes ilusões de perder noites e tempo, em festas e em coisas irrelevantes, mas
a primeira transformação foi a conversão deste tempo no tempo de dedicação e
empenho à nossa formação. As noites de sono trocadas pelas noites
de estudo, renúncias à convivência com familiares e amigos. Tudo isso fez parte
do processo de transformação a que fomos submetidos. É necessário
algum sacrifício na vida que funcione similarmente à diferença de potencial,
polarizando algumas diferenciabilidades, integrando deste modo alguma
maturidade, criatividade e conhecimento que com certeza poderá servir como uma
alavanca para este país que tanto precisa.
Muitos dos convidados aqui
presentes eram testemunhas das nossas dificuldades, em particular os nossos
pais. Contudo, deram-nos conforto com suas palavras encorajadoras, as vezes
abraço que envolveu amor. Isso, de facto serviu como um vector, dando sentido a
nossa formação e encurtando essa longa jornada académica.
No final estamos sendo consagrados Licenciados. Estamos felizes por isso, e
faremos de tudo para que através de nós o bom nome da universidade permaneça
imaculado e que as nossas obras dêem orgulho aos nossos professores. Esse diploma
parece o fim da luta, mas talvez seja apenas o fim do exagerado consumo das
bolachas com gasosas, dos constantes bombó com jinguba, “magoga” com “bebe me
deixa”, alimentos que sem menosprezar nos mantiveram vivos e firmes nessa
caminhada de cinco anos, acho que todos se lembram disso.
Este diploma
é o resultado estratégico da preparação que tivemos para enfrentar as
dificuldades das nossas vidas e do país de modo a superá-los. Então, meus
amigos, meus companheiros, fomos atingidos pelas radiações gamma do Dr. Van
Coung, libertadas pelas ígneas do Dr. Jânio, que desenvolviam-se em cadeias que
nem as reacções da Dra. Joana, oscilamos no campo magnético do Dr. Vinogradov, que
nos envolveu na rede Geodésica do Eng. Alves, sem esquecer as embriologias da
Dra Filomena e mesmo com os sucessivos excessos da Dra Natividade, batemos todos
os limites até as da Dra Ta, usando algorítmos ensinados pelo Dr. Padoca. Mas a
recepção desse diploma não significa o fim, mas o início da verdadeira luta
para o nosso engrandecimento e engrandecimento do país.
Hoje assistimos,uma desvalorização
dos graus académicos. Acriatividade
intelectual e a meritocracia não são promovidas no nosso sistema de ensino,
sendo necessário desatar estas amarras para que se possa maximizar o potencial
de cada estudante. A inovação na estrutura curricular dos cursos da F.C. da Universidade
Agostinho Neto, para que se centre efectivamente o ensino no estudante e
possibilite o desenvolvimento de novas competências dos estudantes. De igual
modo desenvolver planos de actividades de trabalhos individuais e colectivos, que promovam a iniciativa e uma
atitude empreendedora, que excite a criatividade, a curiosidade e o espirito
inovador, formando deste modo cientistas, para que na veia de professor formem
novos cientistas. Pois, estes são caminhos para a aquisição de diplomados com
mais competências e com mais conhecimento. Para isso precisamos de condições
adquadas: professores capacitados e acessíveis, laboratórios, de preferência
bem equipados e ricas bibliotécas.
Prezados licenciados, precisamos diversificar a nossa
formação curricular. Numa altura em que a massificação da licenciatura atinge o
auge, será nas pequenas coisas que se fará a diferença. Somos frutos da Faculdade
de Ciências da U.A.N e devemos à instituição uma procura incessante pelo
aperfeiçoamento. Nós podemos resolver nossos problemas sem necessitar que outros
venham resolvê-los.
Licenciatura não se esgota no estudo. Ser licenciado é
mais, é fazer,é acrescentar e é criar. É ser cidadão mas é também não ser só
cidadão.
E devemos
todos ter em mente o princípio de Sócrates: Só sei que nada sei, pois, a
humildade constrói os degraus do topo da intelectualidade.
A faculdade de Ciências precisa estar mais presente na
sociedade e mais actuante,
capaz de solucionar os problemas do quotidiano e criar condições para que seja reconhecida
internacionalmente.
Precisamos transformar a U.A.N em one.
Muito
obrigado.
Zongo Armando